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Você é o que você come?

Quem nunca sentiu culpa após escolher comer “bis e bolachinha” ao invés de escolher “berinjela e brócolis”? Ou então ficou orgulhoso por ter escolhido uma fruta ao invés de um doce? Será que realmente a gente é o que a gente come?

Quando fazemos uma revisão nos estudos que investigam se a nossa alimentação afeta a nossa pele, fica cada vez mais evidente a estrita relação que existe entre as duas.

O nosso microbioma intestinal, isto é, o conjunto de microrganismos que vivem no nosso trato gastrointestinal em condições normais sem nos causar doenças é constituído nos primeiros anos de vida, mas varia conforme estímulos ambientais, como dieta, estilo de vida (tabagismo, consumo de álcool, exercícios físicos, estresse, sono), higiene, terapêutica com antimicrobianos, localização geográfica, sexo, idade e certas doenças.

A disbiose intestinal, caracterizada pelo desequilíbrio da composição do microbioma, pode levar ao aumento da permeabilidade intestinal que permite a passagem de substâncias inflamatórias para a corrente sanguínea desencadeando uma inflamação sistêmica e crônica em todo nosso organismo, inclusive na pele.

Portanto, a alteração da nossa flora intestinal pode explicar o aparecimento ou o agravamento de doenças inflamatórias sistêmicas como psoríase, doença de Crohn, artrite reumatoide e obesidade, pois há indícios de que a composição do microbioma esteja envolvida no curso das mesmas.

E aí você talvez esteja se perguntando o que de fato favorece a disbiose intestinal, isto é, o desequilíbrio na flora e no intestino. O estresse, o consumo excessivo de açúcar, alimentos ultraprocessados, bebidas alcoólicas e até o uso de antibióticos, são fatores que diminuem a população de bactérias boas que habitam a flora intestinal e consequentemente causam este desequilíbrio.

Nossos hábitos alimentares e o estilo de vida influenciam diretamente no funcionamento do intestino, que também está conectado com o nosso cérebro. Portanto, para que o organismo esteja em equilíbrio, é importante buscar medidas que aliviam o estresse do dia a dia, como praticar exercícios e cuidar da saúde mental, evitar fumar e nunca tomar antibióticos sem prescrição também devem ser considerados na sua rotina.

Uma dieta balanceada e rica em vegetais, que inclua frutas, verduras, legumes, cereais e grãos integrais no cardápio, pode contribuir com substâncias antioxidantes e anti-inflamatórias, essenciais para o bom funcionamento do intestino.

Afinal, para manter a saúde do intestino é fundamental cultivar bons hábitos. Com o organismo em harmonia, a sua pele ficará cada vez mais bonita e saudável.

Em tempos passados existia, entre as mulheres o hábito de usar os chamados “cremes nutritivos”, o que obviamente era apenas mais um creme, sem nenhum composto ativo eficaz e eu tinha um professor que quando instado a prescrever um desses cremes milagrosos, respondia: “creme nutritivo??!!!… só se for para comer de colher…”. Não sabia ele, naquele tempo, que hoje estaríamos conversando sobre alimentos que, quando ingeridos, podem nutrir e melhorar a pele de forma eficaz.

Então, sabendo que somos o que comemos e deixando as culpas de lado, entre “bis e bolachinha” e “berinjela e brócolis”, de novo, prefira a segunda opção, ou como o Dr. Marco Fabiani já ensinou: “descasque mais, desembrulhe menos”.

Texto: Dermatologista Dra. Lígia Márcia Martin

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