Eles querem que todos os órgãos competentes, como Polícia Militar, Guarda Municipal e Secretaria de Assistência Social, atuem juntos para não só combater os furtos, mas também atender moradores de rua que vivem nos mocós da região
A CBN teve acesso nesta quarta-feira (22) a um documento formulado por comerciantes da rua Guaporé, na área central de Londrina, que propõe a criação de um plano emergencial para aumentar a segurança de estabelecimentos que, desde o início da pandemia de coronavírus, há cerca de três anos, têm sofrido com furtos e arrombamentos. Na maioria dos casos, os crimes são cometidos por andarilhos ou moradores de rua que vivem nos mocós da região e se aproveitam da escuridão da madrugada para agir.
Eles estouram quadros de energia para levar a fiação, arrebentam portas e fachadas atrás de objetos de valor deixados no interior das lojas e até sobem nos postes para arrebentar os cabos. Somente no último mês, um mesmo quadro de energia foi estourado quatro vezes pelos criminosos. A porta de uma loja também foi arrombada na semana passada.
No documento, o Núcleo Empreender da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), que representa os lojistas, lembra que as ações de prevenção aos crimes estão sendo discutidas com os órgãos competentes desde 2021, e que, apesar disso, os ataques continuam a ser realizados, e com ainda mais frequência nos últimos meses. Os comerciantes destacam que a presença dos andarilhos tem feito com que a região fique cada vez mais desvalorizada, o que, segundo eles, tem afastado os clientes.
No ofício, os comerciantes pedem para haver um trabalho em conjunto entre os órgãos, “de forma a devolver a vitalidade da região e fortalecer o ambiente para que os empresários possam crescer e querer se estabelecer” na rua Guaporé. O plano emergencial sugerido seria encabeçado pela Acil e teria a participação de órgãos municipais, como a CMTU, o Ippul e as secretarias de Assistência Social e de Planejamento, e também das forças de segurança, como as polícias Militar e Civil e a Guarda Municipal.
O documento aponta uma série de sugestões para cada um dos órgãos mencionados, que envolvem desde a revitalização da rua, com a pintura da sinalização e melhorias na iluminação, passando pelo atendimento dos moradores de rua que vivem nos mocós da região, e indo até o reforço no patrulhamento por parte da PM e da Guarda Municipal.
O ofício sugere que as viaturas fiquem em frente aos mocós 24 horas por dia, com o objetivo de identificar os traficantes que abastecem com drogas os frequentadores dos espaços. Os comerciantes também pedem que sejam investigados “os receptadores dos objetos furtados nas empresas” e da fiação e do metal que são levados dos postes e dos quadros de energia.
A comerciante Márcia Ropel, que tem uma loja na Guaporé e encabeça a discussão, espera que pelo menos parte das sugestões seja acatada pelo poder público.
A Guarda Municipal já havia informado que tem feito um trabalho junto aos mocós da região, em parceria com as secretarias de Saúde e de Assistência Social. O comando da PM também garantiu que o patrulhamento é realizado, e que age sempre quando há denúncias por parte dos comerciantes.
Fonte: CBN Londrina