Autoridades e lideranças se comprometem a monitorar avanços e promover ação conjunta para solucionar déficit habitacional
No último 27 de outubro, foi realizada Assembleia Popular pela Moradia, no Centro Pastoral da Arquidiocese de Londrina. O evento, promovido pela articulação da campanha “Despejo Zero”, convocou autoridades responsáveis pela política de habitação e diversas organizações envolvidas na luta por moradia (relembre aqui).
O evento reuniu cerca de 100 moradores e lideranças de ocupações e comunidades urbanas que estão ou sob ameaça de despejo ou com demandas relacionadas ao saneamento básico, asfalto, segurança pública, energia elétrica e alimentação nas comunidades periféricas do município. Entre as 65 ocupações em Londrina, mais de dez participaram da assembleia, incluindo as ocupações Aparecidinha, Residencial Flores do Campo, Jardim Cristal, Jardim Felicidade, Rua Arábica, Usina Três Bocas, União da Vitória e Vila Feliz.
Segundo o padre Dirceu Fumegalli, da Arquidiocese de Londrina, as lideranças apresentaram suas pautas às autoridades, destacando a necessidade de regularização fundiária e o assentamento das famílias nas áreas ocupadas ou em áreas próximas.
“As autoridades acolheram essas pautas, e nós, na sequência, assumimos alguns compromissos. Entre eles, que no início do ano que vem nós vamos voltar com essas mesmas autoridades, essa mesma assembleia, para a gente fazer um balanço, um monitoramento, do que foi de avanço entre essa assembleia até fevereiro. Depois, nós também queremos fazer com que até lá nós tenhamos uma articulação aproximando as lideranças entre essas áreas ocupadas e os próprios movimentos, e pensando nessas pautas mais articuladas”, disse.
Outra assembleia está planejada para início de 2024, visando avaliar o progresso das reivindicações e estabelecer uma melhor articulação entre as lideranças das áreas ocupadas. “O que a gente avalia é que foi de fato um momento privilegiado, uma vez que em Londrina nós não temos um movimento pela moradia articulado. E essa assembleia aponta para a possibilidade de nós, de fato, criarmos ou aproximarmos essas iniciativas existentes, mas dentro de uma proposta mais coesa, mais unitária nas lutas”
A expectativa é que a articulação “Despejo Zero” canalize essas iniciativas e auxilie as lideranças das ocupações urbanas e rurais a estabelecerem uma organização sólida para enfrentar o déficit habitacional no município.
“A mazela que nós temos no município é imensa. São 65 mil pessoas inscritas na COHAB, na fila de espera. São aproximadamente 20 mil pessoas morando em ocupações, em bairros com moradias indignas. O que a gente quer é que de fato possamos fazer com que essas pautas se tornam uma realidade, principalmente no fortalecimento e organização das comunidades para que elas se tornem protagonistas desse processo”, finaliza.
*Com informações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Paraná (MST-PR)
*Matéria da estagiária Victoria Luiza Menegon, sob supervisão