Na última terça-feira, dia 14 de maio, servidores do Poder Executivo do estado do Paraná se reuniram em frente à Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) em uma manifestação organizada pelo Fórum das Entidades Sociais (FES). A mobilização buscou, sobretudo, reivindicar a reestruturação da carreira dos agentes de apoio, com aprovação de nova tabela salarial, e também cobrar a reposição inflacionária dos salários de todo funcionalismo, defasados desde 2017.
Ronaldo Gaspar, professor de Ciência Política da Universidade Estadual de Londrina (UEL), secretário do Sindiprol/Aduel – entidade que representa docentes da UEL ressaltou a importância de manter a pressão sobre o governo Ratinho Júnior (PSD) para obter respostas mais rápidas e favoráveis às demandas dos servidores.
Segundo Gaspar, apesar das condições climáticas desfavoráveis, professores e técnicos-administrativos conversaram com a população sobre as reivindicações, enquanto outros adentraram a Assembleia para distribuir boletins nos gabinetes dos deputados, solicitando apoio à reposição da data-base.
Frente à resistência do governo Ratinho Júnior em negociar a dívida existente com os servidores, evidenciada em audiência de conciliação no STF (Supremo Tribunal Federal), o FES chamou atenção para perdas enfrentadas pelas categorias que já alcançam quase 40%.
Além disso, o coletivo defende a criação de uma tabela salarial única para os agentes operacionais, atualmente com os salários mais baixos do funcionalismo público estadual.
Ainda no dia 14, durante o período da tarde, parte dos manifestantes acompanhou a sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa, onde um representante de cada categoria foi recebido pelo líder do governo na Assembleia, deputado Hussein Bakri (PSD). No encontro, os representantes expuseram suas pautas e reivindicações ao deputado, que se comprometeu a intermediar um diálogo com o Palácio do Iguaçu.
O deputado Hussein Bakri anunciou que, na próxima semana, será realizada uma nova reunião com a diretoria geral da Casa Civil para tratar das demandas dos servidores.
Marcelo Seabra, presidente da ASSUEL (Sindicato dos Técnicos-administrativos da Universidade Estadual de Londrina), lamentou o descumprimento do governo em relação ao compromisso de dar uma resposta até o dia 17 de maio. Ele destacou, ainda, a necessidade de agilizar as tratativas com o governo para evitar que as demandas dos servidores sejam postergadas ainda mais.
O sindicalista enfatizou que, apesar do compromisso do governo em realizar uma reunião, não há garantias de que as reivindicações dos servidores serão atendidas, não descartando a possibilidade de eventual greve.
“O governo havia nos prometido dar uma resposta até o dia 17, mas descumpriu o trato. E agora o que nós temos que fazer é ouvir, se houver essa reunião mesmo da semana que vem, ouvir o que ele tem para propor e se a proposta não for a nosso contento é mobilizar para a greve, não há outro caminho”, conclui Seabra.
Matéria da estagiária Joyce Keli dos Santos sob supervisão.