Com atividades gratuitas em Londrina, evento é nacional e convida o público a refletir sobre o papel dos museus
A Universidade Estadual de Londrina (UEL) participa da 18ª edição da Primavera dos Museus, promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). O evento, que ocorre entre os dias 23 e 29 de setembro, tem como tema “Museus, acessibilidade e inclusão” e propõe um debate sobre o papel das instituições museológicas na construção de uma sociedade mais inclusiva e democrática.
Em Londrina, a programação é organizada pelo Museu Histórico de Londrina, Museu de Arte de Londrina, Museu da Sociedade Rural do Paraná e Núcleo de Documentação e Pesquisa Histórica (NDPH) da UEL, em parceria com a Secretaria de Cultura do município. Todas as atividades são gratuitas.
A professora Edméia Ribeiro, diretora do Museu Histórico de Londrina e docente de História na UEL, destaca que a Primavera dos Museus é uma das principais iniciativas do Ibram, juntamente com a Semana Nacional dos Museus, esta última realizada anualmente em maio.
Segundo ela, o objetivo principal é “fomentar uma reflexão sobre o papel dos museus enquanto espaços de inclusão, acessíveis a todos e todas”, diz.
A 18ª edição da Primavera dos Museus acontece em diversos espaços culturais do país, com uma programação que inclui exposições, oficinas, palestras e outras atividades, todas alinhadas ao tema da acessibilidade.
Programação em Londrina: inclusão em foco
Em Londrina, a programação inclui a exposição “Vidas em detalhes: o cotidiano da diversidade”, uma parceria entre o Museu Histórico de Londrina e o Museu da Sociedade Rural do Paraná. A mostra acontece no espaço do Museu da Sociedade Rural, uma vez que o Museu Histórico está temporariamente fechado para revitalização da infraestrutura elétrica. Apesar do atraso na abertura, a exposição estará disponível ao público a partir desta quinta-feira (26).
“Estamos divulgando o evento nas redes sociais do Museu Histórico, como Facebook, Instagram e TikTok”, explica Ribeiro.
“Nosso foco é engajar o maior número de pessoas possível, principalmente aquelas que geralmente não frequentam museus. Queremos mostrar que os museus são para todos”, completa.
Além da exposição, outras atividades serão realizadas em diferentes espaços de Londrina, envolvendo não apenas os museus locais, mas também instituições como o Núcleo de Documentação e Pesquisa Histórica (NDPH) da UEL. “Cada museu ou entidade propõe ações específicas, e a nossa ideia é trabalhar em rede, unindo esforços para levar a temática da acessibilidade adiante”, afirma a professora.
Democratizar o acesso aos museus
A docente enfatiza que o tema da acessibilidade vai além inclusão de pessoas com deficiência. “A democratização do acesso aos museus é vital. Essas instituições não podem ser restritas a um público específico, elas precisam estar abertas a todos os segmentos da sociedade”, defende.
Ela aponta que, em Londrina, os principais museus já seguem essa diretriz, oferecendo entrada gratuita ao público, como o Museu Histórico, o Museu de Arte de Londrina e o Museu da Sociedade Rural do Paraná.
A democratização do acesso a essas instituições também envolve a adaptação dos espaços para que possam receber adequadamente pessoas com deficiência. “Um museu precisa estar preparado para receber visitantes com diferentes necessidades, como pessoas com deficiência visual, auditiva ou motora”, ela explica.
O papel dos museus como espaços democráticos
Edméia Ribeiro ressalta que os museus desempenham um papel crucial na formação de uma sociedade mais igualitária e inclusiva. “Os museus são espaços sociais e democráticos por natureza. Eles preservam e difundem o patrimônio cultural, mas, para cumprir plenamente essa função, é necessário que todas as pessoas tenham acesso a eles”, pontua.
Segundo ela, um evento como a Primavera dos Museus ajuda a promover esse debate e impulsionar mudanças nos próprios museus.
Além de abrir as portas para um público mais amplo, o evento busca fomentar a reflexão sobre como os museus podem se adaptar para se tornarem mais inclusivos. “Um dos nossos grandes desafios é fazer com que os museus se tornem verdadeiros espaços de inclusão. E isso não acontece apenas com a democratização do acesso, mas também com a adaptação física dos espaços, a formação de equipes capacitadas para lidar com diferentes públicos e a criação de atividades e exposições acessíveis”, acrescenta.
Propostas para o futuro
A 18ª Primavera dos Museus não apenas convida o público a participar de atividades culturais gratuitas, mas também aponta para o futuro dos museus como agentes de inclusão social. Ribeiro destaca que, em Londrina, já estão sendo tomadas iniciativas para garantir a acessibilidade nos espaços museológicos. “Estamos repensando o nosso espaço e buscando novas formas de incluir todos os públicos”, conta.
A ideia é que o debate sobre acessibilidade continue e que as ações propostas durante o evento sejam incorporadas à rotina dos museus locais.
Com eventos como a Primavera dos Museus, o Ibram e as instituições participantes reafirmam o compromisso de promover a inclusão e democratização no acesso ao patrimônio cultural. “É essencial que todos se sintam representados e acolhidos nos museus”, conclui.
Ao fomentar a participação de diferentes públicos, a Primavera dos Museus amplia a conexão entre a sociedade e essas instituições culturais, criando pontes que permitem que o acesso à arte, à cultura e à história seja verdadeiramente inclusivo.
Matéria do estagiário Jader Vinicius Cruz sob supervisão.