A CooperRegião segue como referência na coleta de recicláveis, mas ainda busca investimentos para garantir a continuidade e expansão de suas atividades
A Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis e Resíduos Sólidos da Região Metropolitana de Londrina (CooperRegião) foi criada em 2009, como uma iniciativa do Conselho Municipal do Meio Ambiente e da Promotoria do Meio Ambiente.
O objetivo inicial era fortalecer a atuação dos catadores de materiais recicláveis na cidade, integrando todas as ONGs de “catação” cadastradas na Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização de Londrina (CMTU).
A criação da Cooperativa foi formalizada em 12 de setembro daquele ano, em uma reunião com 20 lideranças de catadores e representantes das entidades que já atuavam na área de reciclagem.
Quase um ano após sua fundação, em março de 2010, a CooperRegião assinou um contrato de prestação de serviços com a CMTU para realizar a coleta seletiva de porta em porta, sem necessidade de licitação. A partir desse contrato, a Cooperativa passou a atuar de acordo com o artigo 57 da Lei Federal nº 11.445/2007, que promove a inclusão social dos catadores.
Na época, a Cooperativa era composta por 102 catadores associados a 14 ONGs. Em pouco mais de um ano, o número de cooperados dobrou, registrando um crescimento de 108,5% no volume de material comercializado.
O trabalho segue um sistema rotativo, em que cada entreposto se encarrega de separar e comercializar o material reciclado coletado em prédios de órgãos públicos e empresas privadas. A Cooperativa utiliza um caminhão próprio, adquirido com recursos do Programa CATA AÇÃO, para realizar as coletas.
Em 2009, Londrina despontava como referência em reciclagem, com a CooperRegião à frente desse reconhecimento. Passados mais de dez anos, a cooperativa ainda sustenta esse protagonismo? Quais desafios ela enfrenta atualmente?
Patrícia Jovêncio, diretora da CooperRegião, afirma que a Cooperativa continua sendo um exemplo na área de reciclagem. Atualmente, a CooperRegião mantém suas atividades na coleta seletiva de Londrina, atendendo cerca de 144 mil domicílios.
Segundo Patrícia, além do trabalho de coleta e reciclagem, a Cooperativa também gera renda e proporciona dignidade para os 130 cooperados que trabalham hoje no local.
No entanto, esse número já foi maior. Em 2013, a CooperRegião chegou a contar com 239 cooperados, o que evidencia uma redução de quase 46%. A queda reflete os desafios enfrentados ao longo dos anos, como a falta de investimentos suficientes para expandir as operações e garantir melhores condições de trabalho para os catadores.
A situação atual da CooperRegião
A Cooperativa conta com o apoio de projetos pontuais, que, quando contemplados, fornecem os equipamentos necessários. No entanto, Patrícia revela que esses investimentos são incertos e insuficientes. “Porque nem sempre a gente ganha, né? A gente escreve, faz todos os trâmites para poder ganhar. Pra poder ganhar um equipamento, uma prensa, uma empilhadeira, uma esteira, um caminhão, mas nem sempre a gente ganha, então não é o suficiente.”
O valor recebido pelo contrato com a CMTU também não cobre todas as despesas da Cooperativa. “Hoje, devido aos custos que a gente tem na Cooperativa, o contrato ainda não é o suficiente. Ainda precisa melhorar muito para poder ser suficiente para a CooperRegião”, adverte.
Matéria da estagiária Fernanda Soares sob supervisão.