No Aroeira, do último 23 de novembro, o professor de Filosofia da UEL (Universidade Estadual de Londrina) e analista político, Elve Cenci, analisou a tentativa de golpe de estado, tramada em 2022. O plano incluía os assassinatos do presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu vice, Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre Moraes.
Relatório final da investigação conduzida pela Polícia Federal, aponta que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) só não assinou um decreto golpista porque não conseguiu o apoio do comando do Exército e da Aeronáutica.
Após as negativas dos comandantes das duas forças, o grupo de articulação do golpe começou a pressionar os militares, já que a expectativa era de que o plano fosse consumado em 15 de dezembro de 2022.
No dia 15, Bolsonaro voltou a se reunir com os militares no Palácio da Alvorada, e Freire Gomes, comandante do Exército reforçou sua oposição a uma tentativa de golpe. Sem as tropas das Forças Armadas, houve o recuo.
Até o momento, 37 pessoas foram indiciadas, incluindo Bolsonaro.
Na entrevista, o professor comenta a enxurrada de notícias falsas nas eleições de 2018 e 2022 e as tentativas do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de conter a desinformação. Também aborda as consequências das notícias falsas para a desconfiança nas urnas, resgata o histórico de ditaduras no país, a exemplo de 1964, e seus reflexos para a instabilidade democrática.
Ainda, Elve pontua os impactos do golpe frustrado para o pleito de 2026, a defesa de anistia por determinados grupos e descontrói a ideia de polarização entre centro-esquerda e extrema-direita como estratégias que possam ser equiparadas.
Confira entrevista na íntegra:
Juntamente com o Portal Verdade, o Aroeira é uma idealização do Coletivo de Sindicatos de Londrina e Região e vai ao ar todos os sábados 12h, na Rádio UEL FM.
Franciele Rodrigues
Jornalista e cientista social. Atualmente, é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Tem desenvolvido pesquisas sobre gênero, religião e pensamento decolonial. É uma das criadoras do "O que elas pensam?", um podcast sobre política na perspectiva de mulheres.