Intenção é apresentar propostas para nova tabela salarial dos agentes de apoio e discutir campanha salarial de 2025
Nesta quarta-feira (12), a ASSUEL (Sindicato dos Servidores Técnicos Administrativos da Universidade Estadual de Londrina) promove assembleia extraordinária.
No período da manhã, a partir das 8h30, o encontro acontece no Anfiteatro do CLCH (Centro de Letras e Ciências Humanas), localizado no campus.
Já à tarde, a reunião ocorre no Anfiteatro Maior do HU (Hospital Universitário) a partir das 13h30.
As pautas elencadas para a discussão são a campanha salarial de 2025 e a nova tabela salarial dos agentes de apoio, que são servidores com formação em nível fundamental.
Conforme informado pelo Portal Verdade, ao longo de 2024, o FES (Fórum das Entidades Sindicais do Paraná) tentou mediar mudanças na tabela salarial da categoria.
O coletivo defende a criação de uma tabela salarial única para o segmento que, atualmente, a despeito de realizar serviços essenciais como limpeza, recebe os salários mais baixos de todo funcionalismo público no estado.
Em abril do ano passado, uma audiência pública chegou a ser realizada na ALEP (Assembleia Legislativa do Paraná) para debater reestruturações no PCCS (Plano de Carreira, Cargos e Salários) da categoria (relembre aqui).
No entanto, as negociações ficaram travadas já que o governador Ratinho Júnior (PSD) tem condicionado a aprovação da nova tabela a não concessão de reposição salarial e ao julgamento da data-base em curso no STF (Supremo Tribunal Federal).
A fim de retomar as tratativas, nesta segunda-feira (10), lideranças sindicais, Pró-Reitores vinculados a sete universidades estaduais do Paraná se reuniram com o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona.
De acordo com Marcelo Seabra, presidente da ASSUEL, há três propostas de tabela em andamento: a primeira criada pelas entidades sindicais, a segunda elaborada pelos Pró-Reitores e uma terceira que surgiu da discussão entre os grupos.
“Nós apresentaremos as três e haverá uma votação para definir qual tabela será encaminhada por nós. Ainda que o fato de aprovarmos uma tabela não signifique que ela será a tabela que será encaminhada para a apreciação do governo, uma vez que há necessidade da votação das outras universidades. Só tendo o resultado final, nós saberemos qual será a tabela encaminhada ao governo”, explica.

Uma das principais queixas da categoria é a falta de isonomia. Quando comparado aos agentes do quadro de execução, este último formado por funcionários com qualificação em níveis médio e superior, os últimos reajustes obtidos pelos trabalhadores, em 2023, não foram equânimes, ou seja, enquanto alguns receberam 15% de reposição salarial, outros ganharam apenas a correção inflacionária de 5,79%.
A expectativa, segundo Seabra, é que após a definição da tabela, os novos vencimentos sejam pagos a partir do meio ano. “Nós estamos confiantes que, após a definição de qual tabela salarial nós deveríamos enviar para o governo, de que haverá uma vontade do governo em discutir essa tabela e quem sabe aplicá-la para os agentes de apoio até o mês de agosto”, diz.
Contudo, caso as negociações não avancem, novas mobilizações não estão descartadas. “É uma previsão que nós fazemos, mas se isso não correr, é claro que nós iremos pensar em novas manifestações, haverá protestos e a gente vai estar denunciando essa situação, uma vez que os agentes de apoio são a classe menos favorecida, os que menos ganham na universidade e os que foram penalizados com esse quadro de carreiras que não os contemplou. Eles estão sem reajuste salarial, nós não tivemos reajuste salarial em 2024 e com isso a situação deles só tende a se agravar”, adverte.

Franciele Rodrigues
Jornalista e cientista social. Atualmente, é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Tem desenvolvido pesquisas sobre gênero, religião e pensamento decolonial. É uma das criadoras do "O que elas pensam?", um podcast sobre política na perspectiva de mulheres.