A desorganização da Seed prejudica professores(as) PSS, impedidos(as) de trabalhar apesar da prorrogação de seus contratos
O ano letivo já começou, mas os problemas da distribuição de aulas continuam. Apesar da prorrogação dos contratos, professores(as) PSS se veem impedidos de trabalhar. Alguns foram na distribuição, aceitaram as aulas e, ao chegarem na escola, não havia aulas para assumir.
“Fomos na distribuição. Quando chegávamos nos colégios nos diziam que essas aulas não existiam. Como são capazes de fazer isso conosco?”, questionou uma educadora nas redes sociais da APP. “Fazemos prova, vídeo, somos classificados, trabalhamos no ano passado e comparecemos na distribuição. Somos trabalhadores e temos contas para pagar, famílias para sustentar e recebemos aulas que não existem?”, desabafa.
Diversos casos de ”fura-fila”, em especial nas escolas cívico-militares, também estão sendo relatados à APP. Uma educadora do Litoral escreveu: “meu esposo foi pegar aula em Guaratuba e pularam ele e colocaram outra pessoa que estava bem no final da lista. Ele estava em quarto lugar para pegar aula e essa pessoa estava em 16º. Resultado: ele não conseguiu aula”.
A direção da APP deliberou que vai solicitar reunião com a Seed para tratar especificamente dos transtornos na distribuição de aulas. A Secretaria de Assuntos Jurídicos da APP também pede que os relatos sejam enviados – com o maior detalhamento possível – para o e-mail juridico@app.com.br
Outra orientação é o registro dos casos junto à Ouvidoria da Seed.
Desorganização
O principal problema, de acordo com o secretário de Finanças e coordenador de PSS da APP, Elio da Silva, foi a desatualização dos mapas das aulas. PSS que pegaram aulas nos NREs constataram posteriormente que elas simplesmente não existem.
“O PSS pega a aula e tem 24 horas para entregar o memorando na escola. Aconteceu que quando ele ia entregar o documento, essas aulas tinham sido repassadas para outro classificado”, explica.
A falta de organização da Seed se manifestou também nas listas de classificação dos(as) PSS que os NREs usaram na distribuição de aulas. “Para surpresa de muitos, mesmo tendo trabalhado em 2023 e tendo seu contrato prorrogado, quando chegavam aos locais de distribuição de aulas eram comunicados que estavam em final de lista ou eram desistentes naquela disciplina naquele município”, relata Elio.
O atraso na conclusão do processo de distribuição de aulas causa prejuízos pedagógicos, aponta o dirigente, porque nos dias de planejamento nem todos(as) os(as) professores(as) estavam nas escolas para fazer a formação.
“A distribuição e a redistribuição de aulas continuam ocorrendo. A APP vem cobrando da Seed que se organize para evitar esse caos no início do ano letivo”, afirma.
Indicações em cívico-militares
A APP tem recebido diversos relatos de todo o Paraná, apontando que os problemas não se restringiram aos PSS. “A demora já é algo costumeiro e dessa vez não foi diferente. Há problemas também de professores que não conseguiram pegar aulas extraordinárias nas escolas cívico militares”, afirma Élio.
“Cada vez mais o governo quer controlar tudo. Há resolução e instrução que permitem que se peguem aulas extraordinárias nessas escolas, mas apenas com aval da direção. Com isso o governo coloca um controle para selecionar esses professores”, aponta Élio.
Outra professora apontou, em mensagem ao Sindicato: “uma vergonha a distribuição de aulas nesse ano. Houve uma escola cívico militar do NRE de Campo Mourão que simplesmente reservou praticamente suas aulas (as que não eram de professores lotados nela) para PSS amigos da direção e o pior, aqueles que sabemos que dizem amém para todos, pois todos têm esse perfil, na hora da distribuição estavam lá e ela dizia no meio de todos que as aulas já estavam reservadas”.
Outro post reafirma o desrespeito à classificação em colégios cívico militares: “Na distribuição de aulas PSS hoje havia pessoas ‘indicadas’ para assumir aulas em colégios cívico-militares. Foi assim que uma professora da 20ª colocação assumiu aulas no lugar da que estava em 4º na classificação. Foi fura fila descarado”.
Fonte: APP Sindicato