Em ofício assinado por Márcio Ferreira, FENABOR solicita parecer do CADE sobre investigação de cartel em multinacionais. Saiba mais sobre
A FENABOR – Federação Nacional da Borracha, enviou um ofício assinado pelo presidente da entidade, Márcio Ferreira, ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), solicitando parecer sobre a investigação de formação de cartel em multinacionais.
Segundo denúncias divulgadas neste mês, o cartel estaria atuando para controlar a concorrência, o que afeta diretamente nas oportunidades de emprego no setor, precarizando os direitos dos trabalhadores.
A Federação afirma que “é fundamental que tenhamos clareza sobre os passos que estão sendo tomados pelo CADE para garantir a livre concorrência e proteger os direitos dos trabalhadores, inclusive das empresas que atuam de forma ética e transparente” e reivindica “informações detalhadas acerca da investigação em curso sobre a possível formação de cartel entre multinacionais”, elencando:
- Informações sobre os principais pontos da investigação em andamento, incluindo o prazo estimado para a sua conclusão;
- Detalhes sobre as empresas envolvidas e as práticas investigadas;
- Quais medidas estão sendo adotadas pelo CADE para prevenir práticas anticompetitivas no setor de borracha (artefatos e pneumáticos) e áreas correlatas;
- Informações sobre como a FENABOR pode colaborar com o CADE nesta investigação e em futuras iniciativas de promoção da concorrência socialmente justa.
Entenda o caso
O Cade iniciou uma investigação sobre 33 multinacionais de vários setores por suspeita de formação de cartel. As empresas são acusadas de limitar a livre concorrência na busca de profissionais no Brasil, o que impede que candidatos recebam ofertas vantajosas de emprego.
A conduta anticompetitiva teria ocorrido, pelo menos, a partir de 2004, e teria durado até, pelo menos, início de 2021. Em um acordo de leniência, o órgão descobriu que o cartel compartilhava informações sobre salários e benefícios de trabalhadores. Existem “indícios robustos de infração à ordem econômica”, segundo o órgão. Caso as empresas sejam condenadas, poderão enfrentar multas que podem chegar a até 20% do seu faturamento anual.
Nenhum profissional que estivesse no radar desse cartel receberia ofertas vantajosas.
Confira a lista das multinacionais suspeitas
- Alcoa Alumínio S.A.
- Avon Cosméticos Ltda.
- C&A Modas S.A.
- Cargill Agrícola S.A.
- Claro S.A.
- Coca Cola Indústrias Ltda.
- Companhia Siderúrgica Nacional
- Dow Brasil Sudeste Indústria Ltda.
- Danisco Brasil Ltda. (sucessora de Dupont Nutrition Brasil Ingredientes)
- General Motors do Brasil Ltda.
- Goodyear do Brasil Produtos de Borracha Ltda.
- IBM Brasil – Indústria Máquinas e Serviços Ltda.
- Kimberly-Clark Brasil Indústria e Comércio de Produtos de Higiene Ltda.
- Klabin S.A.
- Arcos Dourados Comércio de Alimentos Ltda.
- Monsanto do Brasil Ltda.
- Natura Cosméticos S.A.
- Nestlé Brasil Ltda.
- Pepsico do Brasil Ltda.
- Philips do Brasil Ltda.
- Pirelli Comercial de Pneus Brasil Ltda.
- Sanofi Aventis Comercial e Logística Ltda.
- Sanofi Aventis Farmacêutica Ltda.
- Serasa S.A.
- Siemens Energy Brasil Ltda.
- BAT Brasil/Souza Cruz Ltda.
- IPLF Holding S.A.
- Syngenta Proteção de Cultivos Ltda.
- Vale S.A.
- Volkswagen do Brasil Indústria de Veículos Automotores Ltda.
- Votorantim Cimentos S.A.
- Votorantim Industrial S/A.
- White Martins Gases Industriais Ltda.
Fonte: Rádio Peão Brasil