Intenção é fortalecer serviços públicos de saúde, garantindo melhor qualidade de vida aos trabalhadores no estado
No próximo 22 de fevereiro, a partir das 8h30, na sede do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região (Rua Piquiri, nº 380 – Bairro Rebouças), ocorre o Encontro Popular de Saúde do Paraná. O evento é organizado pelo FOPS (Fórum Popular de Saúde do Paraná).
O grupo é composto por diversas entidades que representam trabalhadores de saúde e usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) bem como por pessoas que defendem a implementação da política pública, de acordo com os princípios constitucionais de universalidade, integralidade e gratuidade.
Segundo Sílvia Albertini, assistente social, representante do Fórum e do SindSaúde-PR (Sindicato das Trabalhadoras e Trabalhadores do Serviço Público da Saúde e da Previdência do Estado do Paraná), as principais finalidades do evento são mapear dados sobre adoecimentos e mortes decorrentes do trabalho, debater as atribuições do SUS na garantia da saúde do trabalhador e eleger propostas para a 6ª Conferência Estadual de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, prevista para acontecer entre os dias 10 e 11 de junho.
Ainda, de acordo com ela, são objetivos do encontro debater estratégias para descentralização do FOPS e fortalecer ações que visem ampliar o controle social no SUS (confira programação completa abaixo).
“Que possamos descentralizar o FOPS em todas as regiões do estado, fortalecer o controle social no Paraná e participar da Conferência Estadual de Saúde do Trabalhador com propostas para mudar a situação de saúde dos trabalhadores e trabalhadoras”, reforça.
Sílvia também destaca que o evento é aberto a todos que buscam a implementação de uma saúde pública de qualidade. Para participar, é necessário preencher o formulário disponível aqui.
Para a liderança, é urgente fortalecer as ações voltadas à saúde do trabalhador no estado, campo que como demonstrado pelo Portal Verdade, tem sido desmantelado pelo governador Ratinho Júnior (PSD).
Em 2023, o governo federal destinou R$ 3,5 milhões ao Paraná. Do montante apenas R$ 244 mil foram investidos em ações voltadas à saúde do trabalhador. Isto quer dizer que, a SESA (Secretaria Estadual de Saúde) deixou de investir cerca de R$ 3 milhões na prevenção e cuidado com a saúde do trabalhador paranaense.
“A situação de saúde do trabalhador é trabalhadora precisa ser implantada em todos os municípios do Paraná, com ações de vigilância nos ambientes de trabalho, investigação e notificação dos acidentes e doenças do trabalho, assistência aos trabalhadores adoecidos pelo trabalho nas Unidades Básicas de Saúde e criação das comissões intersetoriais de saúde do trabalhador nos Conselhos de Saúde”, avalia.
“A SESA precisa contratar servidores para compor os oito CERESTs [Centros de Referência em Saúde do Trabalhador], essa política de saúde tem financiamento do Ministério da Saúde e os recursos não estão sendo aplicados para reduzir mortes e doenças”, acrescenta.
A cada 12 minutos, um acidente de trabalho é registrado no Paraná, segundo dados do MPT (Ministério Público do Trabalho). Entre os anos de 2012 e 2022, foram registradas 2.329 mortes de trabalhadores durante exercício de suas funções no estado.
Confira programação completa:
8h30 – Acolhimento (mística)
9h – Abertura
9h15 – Impactos e Desafios para a Saúde Pública na atual conjuntura política e econômica
9h45 – Debate
10h – Saúde do trabalhador do que adoecem e morrem os trabalhadores no Paraná
10h20 – Saúde do trabalhador no SUS
10h40 – Como está o controle social na saúde do trabalhador no Paraná? Estratégia de participação do FOPS da conferência Estadual de Saúde do Trabalhador
11h – Debate
11h45 – Informes sobre a Conferência de Políticas para Mulheres e Direitos Humanos
12h30 – Almoço
14h – Mística
14h15 – Trabalho em Grupo
15h15 – Apresentação das discussões dos grupos e debate
16h – Eleição da coordenação do FOPS
Franciele Rodrigues
Jornalista e cientista social. Atualmente, é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Tem desenvolvido pesquisas sobre gênero, religião e pensamento decolonial. É uma das criadoras do "O que elas pensam?", um podcast sobre política na perspectiva de mulheres.