O Governo do Paraná quer comprar um Veículo Lançador de Água (VLA) para que o Batalhão de Polícia de Choque da Polícia Militar (PM-PR) possa usá-lo no controle de manifestações.
A empresa que venderá o novo veículo não letal será escolhida por meio de um pregão eletrônico, programado para quinta-feira (13), por critério de menor preço.
Atualmente, o estado possui ao menos um veículo do tipo. Ele já foi utilizado, por exemplo, em uma manifestação de professores em 29 de abril de 2015. Na ocasião, 200 educadores ficaram feridos após uma ação policial na manifestação contra a retirada de dinheiro fundo de previdência para pagar dívidas do Estado.
Conforme a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), o aparelho também pode ser usado em situações envolvendo brigas de torcidas organizadas e operações de reintegração de posse, por exemplo.
Segundo o edital que regula a compra do VLA, o valor da aquisição pode ser de até 844 mil dólares, ou R$ 4,3 milhões.
O equipamento, conforme o edital, é “imprescindível” diante do “cenário atual de manifestações violentas e distúrbios civis”. O documento afirma, ainda, que a aquisição de um Veículo Lançador de Água é uma “necessidade essencial para modernizar os recursos do Batalhão de Polícia de Choque”.
“A aquisição do VLA proporcionará uma abordagem não letal no controle de distúrbios civis, permitindo que a tropa de choque atue com maior segurança e eficiência. O veículo será equipado com capacidade de armazenamento adequada e um jato d’água de longo alcance, garantindo a dispersão efetiva das multidões e reduzindo o risco de lesões tanto para os policiais quanto para os manifestantes”, afirma o edital.
O especialista Flávio Bortolozzi Júnior, professor de criminologia e doutor em Direito, explica que o equipamento é uma aparelhagem comum nos estados, possuindo um poder repressivo e simbólico, simultaneamente.
“Sem dúvida ele tem um poder simbólico grande. O veículo em si tem poder simbólico por ele. Basta ver nas suas proporções o caveirão, que a gente vê no Rio de Janeiro, por exemplo. Quando o caveirão é chamado, quer dizer que realmente a coisa ficou feia. Então, evidentemente é o que gera um blindado”, afirma.
Fonte: G1 Paraná