Ano novo, defasagem salarial antiga e cada vez maior. Esta é a realidade das servidoras e dos servidores da saúde do Paraná. Isso porque o IPCA – Indice de Preços ao Consumidor Ampliado – fechou 2024 em 4,83%, superando as expectativas do mercado e o resultado de 2023, que atingiu 4,62%.
Enquanto, de um lado, o valor dos alimentos e outras despesas subiu em média 4,83%, do outro, o salário do funcionalismo estadual segue sem receber o reajuste da inflação desde 2017 e, de acordo com a Lei Orçamentária Anual de 2025, também seguirá sem reajuste neste ano.
Fruto de uma política de arrocho salarial implementada pelo governador, Ratinho Junior, desde o início da sua gestão, o salário das servidoras e dos servidores da saúde e do Poder Executivo de maneiras geral, já beira os 40%.
O resultado dessa defasagem é uma queda acentuada no poder de compra e na qualidade de vida do funcionalismo estadual. O pacote do café moído, por exemplo, grande vilão da inflação no ano passado (alta de 39,6%) que em 2017 custava cerca de R$10, hoje está saindo por volta de R$ 25.
Arrecadação
O pior é saber que o governo tem dinheiro em caixa para diminuir a aflição do funcionalismo. De acordo com a assessoria econômica do FES – Fórum das Entidades Sindicais -, o custo aproximado para quitar a dívida da data-base com o funcionalismo até 2025 é de cerca de R$12 bilhões. Só em 2023, o governo arrecadou cerca de R$ 10 bilhões a mais do que o previsto. Esse montante foi destinado a uma espécie de “reserva de caixa”, que já acumula cerca de R$ 22 bilhões.
Desoneração
Enquanto o funcionalismo sofre com o não cumprimento da data-base, o governo esbanja “generosidade” ao desonerar tributos de grandes empresários. Só em 2025, a previsão é que R$ 21,6 bilhões deixem de ir para os cofres do Estado sob a alegação de “incentivo fiscal”.
Ação no STF
Em paralelo com a luta pela data-base de 2018 a 2024, seguimos com a luta na Justiça pelo pagamento dos valores acordados entre 2015 e 2017. A questão segue sendo apreciada pelo STF – Supremo Tribunal Federal – e deve ter novidades ainda no primeiro trimestre de 2025.
Fonte: SindSaúde-PR