O Paraná desperdiça mais de 35% da água tratada e fica em nono no ranking dos estados com melhor performance no aproveitamento do produto. Os dados são do estudo sobre saneamento do Instituto Trata Brasil que aponta o controle eficiente de perdas de água como um dos grandes desafios do Brasil na área de infraestrutura de saneamento.
Atualmente, mais de 32 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável, enquanto um volume equivalente a 7,6 mil piscinas olímpicas de água tratada é desperdiçado diariamente, de acordo com um estudo do Instituto Trata Brasil.
As perdas de água ocorrem no processo de abastecimento devido a vazamentos, erros de medição e consumos não autorizados.
O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), através da Portaria 490/2021, estabelece que o nível aceitável de perdas na distribuição deve ser de, no máximo, 25%. Porém, a média nacional é de 37,8%, indicando que uma parte significativa do recurso é perdida nos sistemas de distribuição antes de chegar às residências.
Os dados apresentados são os mais recentes disponibilizados pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico (SNIS), ano-base 2022.
Entre os estados brasileiros, sete desperdiçam mais da metade da água produzida: Amapá (AP), Acre (AC), Rondônia (RO), Roraima (RR), Sergipe (SE), Maranhão (MA) e Amazonas (AM). Desses, cinco estão na região Norte e dois no Nordeste, que são as regiões com maiores disparidades e desafios nos serviços de saneamento básico.
Além de ser essencial para o abastecimento de água a mais habitantes, a redução das perdas, especialmente em um cenário de mudanças climáticas constantes, geraria um menor impacto sobre as fontes de abastecimento hídrico.
Isso porque atualmente se capta mais água do que efetivamente chega à população. Além disso, com a redução de perdas os custos para mitigar os impactos negativos dessa atividade seria reduzido.
O ano de 2025 marca o início do mandato dos prefeitos eleitos nas eleições municipais, e cabe aos municípios identificar e planejar melhorias nos serviços de saneamento básico.
A eficiência no controle de perdas de água deve ser uma prioridade para os gestores públicos, uma vez que é um pilar importante para alcançar a universalização do saneamento.
Fonte: Bem Paraná