Assunto foi levantado durante Plenária da UGT realizada em Londrina
Na manhã da última sexta-feira (19), na sede do Sindicato dos Vigilantes de Londrina e Região, ocorreu plenária da UGT (União Geral dos Trabalhadores) – Regional Norte do Paraná. O encontro reuniu mais de 25 entidades, também contou com a participação de pré-candidatos à Prefeitura e Câmara Municipal de Londrina. A principal finalidade foi discutir estratégias para o fortalecimento do movimento sindical, principalmente, na localidade.
“A UGT está organizada no Paraná todo, são três regiões. Aqui, no Norte, são 75 sindicatos filiados. A gente reconhece que ficou um pouco parado por conta de pandemia e outras situações adversas, mas estamos nos reorganizando. Estamos bem estruturados já em muitos municípios. A ideia de estarmos reunidos hoje é esta mesmo, de reconstruir o sindicalismo no Norte do Paraná, já que fomos muito prejudicados no governo anterior”, conta Leonildo Guergolet, diretor do Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Londrina) e presidente UGT Norte Paraná.
A necessidade de reconstrução do movimento sindical, após retrocessos vivenciados, sobretudo, durante as gestões de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL) também foi indicada por Manassés Oliveira, presidente da UGT Paraná.
“O Brasil, como outras partes do mundo, por sete anos esteve com os trabalhadores, a população perdendo direitos conquistados ao longo dos anos. Estamos em um momento de retomada, de crescimento, onde a sociedade volta discutir suas pautas de reorganizar os trabalhadores, a sociedade”, pontua.
A liderança evidencia a urgente construção de novas formas de organização que colaborem para conscientizar a sociedade sobre a importância do papel desempenhado pelas entidades focalizadas na defesa dos direitos dos trabalhadores.
“Viemos discutir um novo modelo do movimento sindical, que passou por uma transformação, que está ressurgindo em novo modelo, com novas práticas, fazendo com que o trabalhador, a sociedade entenda a importância dos sindicatos, das federações, confederações, esta estrutura sindical que leva um modelo de direitos, de referência para os trabalhadores”, afirma.
Comunicação é uma das bases
No bojo das novas ferramentas, a utilização das redes sociais pelos sindicatos foi um dos temas levantados. A jornalista Lizandra Tadaieski, assessora de imprensa da UGT, e com mais de duas décadas de experiência na área da comunicação sindical destacou a importância de os coletivos utilizarem este espaço para defesa das lutas dos trabalhadores bem como ampliação do diálogo com toda população.
“Eu gosto muito de falar que a comunicação é um poder e é um poder para o movimento sindical. O movimento sindical tem passado por um momento de reconstrução e a parte da comunicação também está sendo modificado, estamos migrando dos jornais impressos para as mídias digitais e é muito importante participe desta alteração e, infelizmente, é um espaço que ainda é pouco ocupado pelas entidades sindicais”, pondera.
Para ela, a exploração da comunicação é elemento fundamental para a renovação do movimento sindical. “Na UGT, uma das bandeiras que estamos levantando é a importância da comunicação, do profissional de comunicação como um dos principais meios de se falar com as bases, os trabalhadores, e participar desta reconstrução do movimento sindical que passa pela comunicação”, reforça.
“As redes sociais quebram barreiras, é onde o trabalhador mais se encontra. O Brasil é o terceiro país que mais utiliza as redes sociais. Os movimentos sindicais que querem falar com os trabalhadores têm que estar nas redes sociais também”, acrescenta.
Pesquisa da Consultoria em Marketing Digital Conversion mostra que os brasileiros ficam conectados em média quatro horas e oito minutos diariamente nas redes sociais. A média mundial é de duas horas e vinte e cinco minutos. A pesquisa evidencia que o WhatsApp é a rede mais acessada. Na sequência, estão Facebook e Instagram.
“No movimento sindical em geral, a gente valoriza muito a parte jurídica, é a essência do sindicatos, mas mesmo um processo quando ele bem feito, ele só vai ter efetividade se ele for divulgado. Então, da mesma forma que os sindicatos tem a preocupação de contratar bons advogados, recepcionistas, também tem que ter este olhar para a comunicação. Porque é a comunicação que vai fazer a ponte para que todos os demais serviços prestados cheguem para a população”, finaliza.
Franciele Rodrigues
Jornalista e cientista social. Atualmente, é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Tem desenvolvido pesquisas sobre gênero, religião e pensamento decolonial. É uma das criadoras do "O que elas pensam?", um podcast sobre política na perspectiva de mulheres.