O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, e o estado do Paraná é o segundo maior consumidor do Brasil. No ranking paranaense o município de Ponta Grossa ocupa o 14º lugar, considerando dados de 2017. Dentre outras atribuições, os agrotóxicos causam aborto,contaminam o leite materno, causam câncer de mama e de colo do útero, infertilidade, mal formação em fetos, falhas no desenvolvimento infantil, doenças neurológicas, dentre outros problemas.
A Câmara Municipal de Ponta Grossa aprovou por unanimidade, em primeira discussão, o Projeto de Lei (PL) 186 de 2021, de autoria da Vereadora Josi do Mandato Coletivo, do PSOL, que regulamenta o uso de agrotóxicos no município, delimitando distância mínima entre a pulverização de veneno e os núcleos residenciais, escolas, creches, postos de saúde e demais espaços urbanos. No entanto, em segunda discussão, o PL foi engavetado pelo Presidente da Câmara, Vereador Daniel Milla Fracaro (PSD), depois da pressão exercida por parte dos fazendeiros da cidade.
Sendo assim, gestantes, mães, crianças, famílias inteiras permanecem respirando o veneno pulverizado pelas máquinas do agronegócio, na “Capital Cívica do Paraná”. A situação mostra que o “agro” pontagrossense não apoia a vida. Fica nítido, que para eles, e para quem acolhe suas demandas políticas, o mais importante é a manutenção e a ampliação dos lucros, mesmo que isso custe o envenenamento de quem vive rodeado pelos imensos latifúndios de suas monoculturas.