Foram quase 72 mm em apenas seis horas, sendo que quase metade desse volume (34 mm) caiu sobre a cidade por volta das 15h. Com tanta chuva em tão pouco tempo, os bueiros e galerias pluviais de diversas ruas e avenidas, em quase todas as regiões, ficaram sobrecarregados e não conseguiram escoar toda a água.
No total, o último balanço divulgado pela Defesa Civil de Londrina, na manhã desta quarta-feira, trouxe 16 ocorrências, sendo nove delas alagamentos, que causaram bloqueios parciais ou totais de vias públicas, além de um deslizamento, três quedas de árvore e outros três danos estruturais a imóveis, com solicitação de vistoria. Praticamente todos os registros feitos pelo órgão ocorreram das 14h30 às 16h.
O secretário municipal de Governo, Rodrigo Souza, que coordena o Comitê de Crise para o enfrentamento dos impactos das chuvas, criado no fim da tarde de terça (4) por determinação do prefeito Tiago Amaral, anunciou uma série de ações emergenciais, a maioria delas já colocadas em prática, e outras medidas de caráter preventivo que o Município vai realizar ao longo das próximas semanas e meses.
Ações emergenciais
Entre os trabalhos emergenciais priorizados pela Prefeitura, o atendimento de duas famílias da zona sul, que tiveram as casas alagadas. Com o uso de uma bomba de sucção da Defesa Civil toda a água foi retirada poucas horas depois. As famílias também receberam colchões, doados pela Casa do Bom Samaritano, e estão sendo atendidas pela Assistência Social.
Além da desobstrução de vias por conta das três árvores que tombaram e dos alagamentos, as equipes de manutenção de semáforos da CMTU também atenderam várias ocorrências em diversos pontos da cidade, como as Avenidas Celso Garcia Cid, Leste-Oeste, Dez de Dezembro e Rua Ceará. Todos eles já operam normalmente.
A Companhia fez ainda a limpeza da alça que dá acesso à Avenida Leste-Oeste para quem circula pela Dez de Dezembro, próximo à rodoviária. A pista recebeu uma grande quantidade de lama, mas foi liberada para o tráfego ainda na noite de terça-feira.
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Sobre o Residencial Flores do Campo, na zona Norte, e outras áreas que ainda não contam com asfalto e sofreram com a chuva forte e a grande quantidade de lama, o secretário informou que a Prefeitura vai realizar uma ação emergencial também nesses locais para melhorar a mobilidade das pessoas. “A ação paliativa, nesses casos, é a colocação de “moledo” (pedras poliédricas). Nós já temos uma pedreira autorizada para a gente extrair esse material. É só aguardar essas chuvas mais fortes passarem, que a gente consegue extrair e fazer uma camada mais firme nessas áreas, para quando vierem novas chuvas, elas não carreguem todo o barro.”
Reforço na limpeza de galerias e bueiros
Segundo o secretário municipal de Governo e coordenador do Comitê de Crise, a Prefeitura está fazendo uma vistoria em todas as áreas alagadas para poder ir na causa do problema. “Nós já identificamos que nos pontos de alagamento há bueiros entupidos e muito lixo. Tudo que a gente joga no chão vai parar dentro da tubulação e vai impedir, no momento de chuva, que essa água escorra e vai alagar. Cada papel de bala, cada cigarro no chão está ajudando a causar diretamente os alagamentos. Isso é preciso que a população tenha consciência. Já estávamos fazendo a remoção, a limpeza dos fundos de vale, bueiros e bocas de lobo, para poder amenizar a situação e isso será intensificado. Na nossa avaliação, parte desse trabalho ajudou a mitigar os efeitos das chuvas de ontem.
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Rodrigo Souza afirmou ainda que para ampliar a desobstrução dos bueiros e galerias, que já vem sendo feita pela CMTU desde o início da atual gestão, a Prefeitura também estuda contratar uma empresa para fazer o serviço. “A gente está identificando agora quantos caminhões nós temos para esse trabalho de prevenção, que com as chuvas, vem sendo intensificado pela CMTU. Se precisar, a gente vai fazer também parcerias com outros municípios para nos ajudarem e também estamos pensando em adquirir mais veículos, mas isso, de novo, não é uma coisa de curto prazo”, afirmou.
Em várias galerias de águas pluviais, ele disse, existem, inclusive, sedimentos compactados, de difícil remoção. “Isso vai exigir, muito provavelmente, uma licitação para contratar uma empresa especializada. Essa é uma questão de médio prazo, para que no próximo ciclo de chuvas a gente esteja mais preparado”, adiantou.
Além disso, segundo o secretário, o protocolo de emergências da Prefeitura será ampliado, com a inclusão de mais secretarias, para que o atendimento emergencial à população seja feito de forma ainda mais rápida.
Lago Igapó e Aterro
De acordo com o coordenador, que concedeu entrevista coletiva pra falar sobre as medidas do Comitê na manhã desta quarta-feira, no caso do Lago Igapó e do Aterro, o problema é complexo e vai demandar mais tempo. “Já existe, há algum tempo, um projeto de recuperação da bacia do Ribeirão Cambé, que a gente agora pretende retomar e colocar para acontecer. Vai precisar de muito recurso, é uma obra de longo prazo que vai envolver toda a bacia, terminando lá no Parque Arthur Tomas. O que a gente pode dizer é que, graças ao Aterro a situação não foi pior, porque, na prática, ele funcionou como se fosse um grande ‘piscinão’, recebendo toda a água da chuva da Gleba e do Centro, uma região enorme que perdeu muita área verde permeável”, enfatizou.
Auxílio moradia para desabrigados
Outra medida anunciada pelo coordenador do Comitê de Crise é o envio à Câmara, em regime de urgência, de uma proposta alterando a lei municipal n°13.508 de 2022, que concede o auxílio moradia. “Originalmente a Lei foi feita para casos de reintegração de posse. Agora, vamos incluir como público-alvo do auxílio moradia as famílias que ficarem desabrigadas por conta de chuvas fortes, alagamentos e desabamentos”, afirmou.
Mapeamento de imóveis
Rodrigo Souza disse ainda que o Município também está fazendo um levantamento de prédios públicos que, futuramente, possam servir de abrigo para famílias desalojadas por temporais e outros eventos climáticos. “A gente está fazendo um mapeamento de alguns imóveis da própria Prefeitura que possam abrigar famílias que fiquem nessa situação e, temporariamente, precisem ficar em algum lugar para poder dormir. Assim que tivermos essa lista, a gente vai divulgar”, disse Souza.
O coordenador do Comitê de Crise disse ainda que toda a administração municipal permanece em alerta até que as chuvas diminuam de intensidade, o que só deve ocorrer no próximo domingo.
Fonte – Site PML